O silêncio e a rotina pesada de um hospital deram lugar a alegria que a música traz. É que integrantes da Musiartes, escola de música de Santa Maria, embarcaram em uma ideia muito bacana idealizada pela fonoaudióloga Carla Viegas: levar o talento e o amor pela música para quem está passando por um momento difícil. Eles fazem parte do projeto A Voz que Cura e por isso, no mês das crianças, foram cantar para os pequenos que estão internados no Hospital Universitário de Santa Maria.
O projeto começou em 2018 e sempre era realizado no natal, quando cantores e profissionais e dos mais diversos estilos participaram.— Eu sou uma profissional da voz e eu sei que a voz não vem só da laringe. A voz é um presente de Deus que vem da alma. Quando nós cantamos para as pessoas a gente leva alegria para as pessoas e envolvemos elas através das ondas sonoras. Foi muito emocionante, estamos felizes em poder colaborar mais uma vez — comenta Carla Viegas.Esta é a primeira vez que é realizado em outubro e que crianças cantam para crianças. E para quem faz parte da atividade fica realizado.
— A música toca na alma, no coração. Eu acho que acalma, deixa as pessoas felizes, eu sou suspeita porque eu amo e vivo da música, amo o que eu faço. É uma ação que não tem preço, não tem o que pague — completa a professor ade canto Liege Schneider.
Fotos: Eduardo Ramos (Diário)
Ações como esta ajudam não só no dia a dia de quem trabalha no hospital, mas também de espera o momento de ir para casa, além de melhorar o humor, amenizar a dor e dar esperança no tratamento de saúde. De acordo com o superintendente do Husm, Humberto Palma, essa atividade ajuda na recuperação dos paciente e ameniza a rotina frenética de um hospital.
— É uma série de sensações, a gente sabe que um ambiente mais harmônico e mais leve do ponto de vista profissional favorece a recuperação dos pacientes e o cotidiano da equipe, que é sobrecarregada de trabalho, isso harmoniza um pouco mais o dia a dia deles – reforça o médico.
Os pequenos Nicolas e Dionathan tem 3 anos e se conheceram na Unidade Pediátrica, mesmo sem saber falar todas as palavras estavam bem animados e adoraram dançar as músicas infantis que a Larissa Castro Brasil, 9, Teodora Beltrame, 9, Valentina de Moraes Pivotto 7 , Thierry Scalcon Gonçalves Basseto 12, e os professores Elen Janine Teixeira Palharmo Ortiz e Elvis Saldanha prepararam para os pacientes e funcionários do local.
A Teodora faz aula de canto e piano desde os 3 de idade e encontrou a amiga Camille Pereira 14, que esta se recuperando de uma cirurgia no braço em função de uma bactéria.— Foi bem legal, fiquei surpresa quando vi ela na hora da apresentação — disse Teodora.A manicure, Francine Fuchs Araújo, 37, mãe da Camille também ficou emocionada ao lado da filha.
— Eu não esperava ver ela aqui e não imagina que a Teodora estava fazendo essa ação legal e feliz para as pessoas – comentou Camille.
No mesmo quarto está Elisa Milesi Lustosa 12, que tem paralisia cerebral, ela passou por uma cirurgia nas pernas para poder caminhar melhor. Ao lado da mãe, as duas registraram com fotos e vídeos a surpresa.
— Eu achei muito bonitinho eles cantando, fiquei feliz, porque aqui é um hospital e tem que fazer alguma coisa diferente. Eu estava aqui deitada porque não posso levantar da cama e quando escutei a música perguntei para minha mãe se tinha criança e ela me falou que tinha, dai eles vieram aqui no quarto — contou bem contente.
O grupo levou a arte para aos pacientes e também distribuiu doces. O Christopher Antonio Santos da Costa, fez aniversário no dia 13 de outubro e a ação também foi uma forma de comemorar mais um ano de vida. Ele perdeu 3 dedos da mão esquerda em um acidente de moto.
— Foi legal, foi alegre, descontraímos um pouco. O aniversário foi meio isolado, não foi a mesma coisa de estar na rua, mas foi bom — revela ChristopherMesmo tímida, a dona de casa, Rosaura da Silva dos Santos 41 ficou admirada com a atividade.
— É muito bom, alegra, ajuda a descontrair, já faz dias que a gente está aqui e tem muitos dias para ficar ainda, faz muita diferença, ameniza os dias difíceis, por um momento a gente até esquece — desabafa Rosaura.
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